30 abril 2009

Abril acabou... Mas eu não...


Nem sabia que título dar ao que iria escrever. Mas ás vezes títulos são desnecessários pra certas coisas que queremos dizer.
Abril chega ao fim, ou ao começo, não sei. Quem foi que disse que dia 30 tinha que ser o último e não o primeiro dia?
Quem foi que disse que você tem que chorar quando as coisas terminam? Ou quando elas nem começam direito?
O fato é que estamos sempre atribuindo coisas a outras coisas, e aí, tudo se torna meramente complicado. Isso faz com que a regra geral Don`t think não tenha espaço para se fazer valer.
No final das contas nem sei se o que tô bebendo é realmente cerveja, ás vezes seja apenas o brilho dos teus olhos indo para algum lugar desconhecido.
Ou seja apenas o sussurro de uma verdade ainda não dita.É é por causa dessas mal ditas verdades não ditas é que talvez achemos que o dia 30 realmente seja o último.

No final temos certeza de uma coisa: de que, de fato, não temos certeza de nada.

29 abril 2009

E quando ela acorda (parte II)

Começou sua árdua caminhada para o trabalho, observando como a vida pode ser tão linda e tão desgastante ao mesmo tempo. Sentia-se feliz por estar viva e poder apreciar a beleza do parque por onde passava todos os dias e as crianças que ali brincavam. Mas, após três quarteirões, quando cruzava a esquina do orquidário, e se deparava frente à pastelaria do mercado municipal, já não sabia mais como se sentia. Talvez delicada e deslumbrante tal como uma orquídea, ou asquerosa e suja tal como o mercado.
Depois de alguns minutos de caminhada - naquele andar de quem está indo, mas não quer chegar - chega ao lugar de seu martírio, mas sustento. Trabalha na locadora do shopping e com devoção lê diariamente a sinopse dos filmes recém comprados ou que ali estão por longo tempo, esquecidos na estante. Com sua mão que sempre tateia antes de ter, escolhe cinco filmes que mais lhe chamara atenção e os coloca em cima do balcão.
Entre uma pausa e outra no atendimento aos clientes, volta sua atenção repleta de curiosidade para os filmes estendidos no balcão e, com seu olhar seletivo e certeiro, escolhe apenas um e logo começa a imaginar sua vida, no enredo daquela sinopse. Lembrando que, sendo aquele filme baseado em fatos reais, quem sabe não seria o fato real parecido com a sua própria vida, relatada em um filme?
Ali estava com as mãos suadas, assentada, porém desconfortável na cadeira, perdida sabe-se lá em qual horizonte de si mesma, quando toca o telefone. Sem manifestar a inquietude de seu coração, levanta e se direciona calmamente para atender, na intenção de dar um basta naquele aparelho escandaloso. Ao escutar a voz que do outro lado lhe falara, percebe ser de alguém conhecido, mas não consegue de imediato fazer as devidas associações.
Era um antigo romance que esteve passeando pelo shopping e a viu na locadora. Ligou como quem não quer nada, com o intuito de saber se havia chegado um filme no qual estava ansioso para ver, e no decorrer da conversa - também como quem não quer nada - a convidou para uma cessão de cinema em sua casa.
Ela foi tomada por uma incrível sensação de vitória, pois esperava há anos por qualquer convite daquele rapaz. Porém, logo após chegar em casa, e tomar um banho demorado, lhe ocorreu um horrível pensamento, de que talvez, as pessoas não se apaixonam por uma outra pessoa, mas sim por uma invenção.
Vestiu-se com a peça que julgava ser sua roupa mais atraente e poderosa do seu armário e perdida em meio a tantas dúvidas sobre o que realmente desejaria para aquela noite, optou por assistir sozinha, ao filme que leu a sinopse naquela tarde.


by Isabela Brunelli
Nosso conto!

28 abril 2009

E quando ela acorda


E ela escovava os cabelos. Com tanta força que pareciam desprender-se da cabeça.
Bem, ás vezes fico confusa se a força era realmente atribuídas aqueles cabelos lisos e compridos. Às vezes acredito que seria algo mais profundo.
De certa forma ela também sabia da profundidade daquela escovação, para cima e para baixo, num ritual quase que místico de movimentos.
Aliás, se arrumar era todo um ritual. Uma verdadeira penúria. Ou um magnífico prazer. Sabe-se lá. Para muitos prazer é penúria e para outros tantos penúria é prazer.
Primeiro a roupa de baixo. Cuidadosamente separada na gaveta, se amarrotar. De cores iguais, sempre combinando com mais algum acessório: brinco, pulseira ou algo assim. Nunca se sabe NE, melhor andar prevenida. (e prevenida inclui avassaladora). Típico de quem sai para arrasar (e arrasar no mais literal sentido da palavra).
A saia pede para ser abaixada, mas ainda assim ela não o faz. Deixa aquele meio vão ente a peça cinza e a blusa cor-de-rosa. Claro, não podia ter outra cor. Assim, um pouco de discrição com uma pitada de audácia chamariam mais a atenção na rua: quietinha ou malvada? Eis a questão que iria assombrar a vida de outros tantos homens naquele dia. Talvez essa era realmente a intenção dela, talvez não.
Os brincos num tom bronze combinavam com sua pele lisa e aparentemente macia. Desciam até a curva do pescoço acentuando esse mero detalhe fatal. De encontro (e na mesma altura) da boca, com aquele batom coberto pelo gloss num tom rosado mas no fundo avermelhado. Outra vez com tom avassalador.
Os sapatos cuidadosamente limpos e brilhosos, sugerindo uma impressão de executiva. Saltos medianos, acentuando as pernas finas mas atraentes.
Ainda assim ela reclama do salto com um leve descascado. Duro ter um pedra ou uma montanha atrapalhando seu mundo perfeccionista.
Na cozinha quase surta: as louças do dia anterior ainda estavam lá, sujas e intactas. A taquicardia volta e sua amiga corre perigo (quase de morrer). Conta até um milhão,m desiste do café e resolve tentar seguir a vida numa boa, apesar da cozinha. Se lembra do cachorro e vai alimentá-lo, até descobrir que ele mordeu seu tênis de trabalho. (de trabalho sim, pois tem um pra caminhada, outro pros esportes radicais, outro pra bicicleta, etc., todos combinando com alguma paixão desiludida). Dá vontade de matá-lo, mas ela mentaliza “ainda não sou uma assassina”. Ainda presume que algo ainda possa acontecer. Mas deixa pra lá. O relógio do celular avisa que existem outras coisas a fazer.
Passa pela sala. Mais um surto: o sofá todo amarrotado, “maxarunfado”, como gostava de descrevê-lo nessas situações. Sorte da casa vazia, que respondia os pensamentos em formas de gritos com ecos que mais pareciam uma discussão. Tudo bem, agora chega aos dois milhões.
Finamente chega à porta da sala, saída para o inferno, como gostava de pensar em algumas situações. Já imaginava a notícia ruim do jornal logo na esquina. Sim, porque segundo ela, o lugar do caos era sempre próximo a onde ela estava. Logo ela se sentia o verdadeiro caos do mundo. Murf, nessa ocasião, era casado com ela. Ela bem havia tentado se separar, mas foram tentativas tão inúteis que resolveu deixar simplesmente de lado.


Fiction (continua)

26 abril 2009

Pensamento do Dia

"No lugar do coração vou pôr um fígado.
Daí, poderei beber mais e me apaixonar menos!"

Só para os que conseguem compreender um surto de raiva.
E para aqueles que pensam que compreendem.
Tá valendo.

23 abril 2009

Devir da Vida



Criar ou reinventar?
Buscar ou criticar?
Surtar ou calar?

Nada é tão belo
Nada é tão singular
Quanto o desejo
Da vida se reinventar

Nada é tão inquietante
Nada é de se calar
Se a pulsão é desejo
Desejo de criar?

Comunicar
Falar
Sorrir
Inventar
Repetir
Imitar

É como uma mímica
de viver e de contar
A arte de inventar a vida
E a vida, "artear".

16 abril 2009

Pensamento do Dia

"Dê a quem você ama asas para voar, raízes para voltar e motivos para ficar..."
Sábio quem se reiventa para preservar o que ama.

14 abril 2009

E por quê não???

E por quê não me deixar ser feliz?
E por quê não dara vazão aos sonhos?
E por que não viver?


Cheguei à conclusão de que a vida não espera você se decidir, pensar a respeito do que irá fazer. Ela apenas deixa as coisas acontecer, e pensar ou não pensar em fazer algo, por si só já se torna uma decisão.


Por isso, meu conselho dessa vez é que ajamos mais e pensemos menos, não que pensar seja ruim, mas que viver é melhor, mais intenso, mais digno de pessoas que nasceram para algo além do mero existir.


Pense nisso e no final, siga a regra: Don`t hink! (com moderação e responsabilidade).


Essa vai para ela..... A loira que completa minha vida! Loka! Loira! Nostálgica! Day.... que vive intensamente e me ensina a cada dia!

11 abril 2009

Pensamento do Dia

Quando quiser perder... intrometa-se.
Quando quiser empatar... vingue-se....
Mas quando quiser ganhar..... Execute a arte de ser feliz!
(Remédio de dor aos inimigos!)

05 abril 2009

Don't think

Saia.
Beba.
Ame.
Sofra.
Chore.
Dê vexame.
Enlouqueça.
Cresça.
Brinque.
Crie.
Invente.
Busque.
Quebre a cara.
Concerte.
Lute.
Desista.
Comece de novo.
Ria.
Dê gargalhadas.
Deprima.
Dê a cara a tapa.
Bata também.
Vá e faça.
Só assim você terá a ligeira impressão de que realmente viveu.