30 junho 2011

Clonagem

"Clona-se o corpo, mas jamais clonar-se-á a alma humana."


Vejo tantos cientistas enfurnados em suas salas perdendo a vida para conseguir clonar o ser humano (se é que já não o conseguiram). Espero que tanto estudo sirva para ajudar as pessoas, porque não é justo (tentar) dar a vida a alguém só para ser igual, na aparência. Pode-se clonar o corpo, mas quero ver quem consegue clonar a brilhante mente humana.

23 junho 2011

Num piscar de olhos

Ás vezes me desfaço, inteira, em pedacinhos.
Abaixo, junto os cacos e começo a me (des)montar...
Grito também. Xingo, chuto o balde, estresso.
E quem disse que eu sou perfeita? Só no meu jeito compulsivo de acreditar piamente nisso.
E como é difícil (achar que é) ser perfeita.
Ainda me curo desse mal.

E pensar que ainda ando rindo pelos cantos, xingando, fazendo e me desfazendo...
Num piscar de olhos.

12 junho 2011

Só para pensar...

Amanhã vou cortar o cabelo.
Melhor: vou desfazer a "cagada" que fiz no meu cabelo (tentei cortá-lo, imaginem).
Queria eu que todas as coisas complicadas do mundo fossem fáceis de consertar assim. Não, não são. E todo mundo fica zoando as misses que repetem que o que mais importa no mundo é a "paz mundial'.
A paz mundial vai continuar se fodendo enquanto você não for capaz de relevar o barulho que o vizinho faz de vez em quando.

Só pra pensar.
P.S.: Falei palavrão de mais nesse post. Perdão. Abaixo o vocábulo palavrês.
Abs.

08 junho 2011

FORMANDOS PSICOLOGIA 2011


Alguns pensam que somos adivinhas. Outros acham que temos uma bola de cristal, talvez escondida na gaveta. Outros, ainda, acham que somos algum tipo de mutantes, daqueles do tipo X-Men, com superpoderes mentais. Talvez sejamos tudo isso junto, ou um pouco de cada coisa. Mas somos pessoas e, de fato, também sangramos.
Descobrimos, nesses cinco anos de faculdade, que acima de tudo somos pessoas, antes de sermos qualquer outra coisa. Podemos ser pais, namorados, esposas ou maridos, adolescentes histéricas, nerds tímidos e envergonhados, professores. Podemos amar ou odiar o Hitler. Gostar de psicanálise ou nos encantar com psicodrama. Mas somos todos pessoas.
E o que as pessoas fazem? Sonham. Se unem. Concretizam.
Nos unimos e, juntos, durante cinco anos, partilhamos um único objetivo: o de nos tornarmos psicólogos. Mas antes disso se concretizar, de fato, partilhamos histórias, vivências e aprendizados que os livros não contam.
Nesses cinco anos de faculdade aprendemos muito. Lemos Descartes, Winnicott, Freud, Jung e Lacan. Aliás, esses foram nossos companheiros de várias noitadas. Escutamos atentamente (e nem sempre tão atentamente) nossos mestres que se esforçaram incansavelmente para gritar, bem lá no fundo, num cantinho talvez inconsciente: “acorda e vai ser psicólogo!” Por que ser psicólogo não é apenas saber dos conceitos, técnicas, fundamentos e história da psicologia, mas é vesti-la, senti-la, abraçá-la. Aprendemos a ser “grupo” antes de cada um ser “EU”. Aprendemos a alteridade na medida em que cada um literalmente saía de seu corpo e assumia o do outro. Aprendemos o valor da renúncia, o valor da solidão e o valor de uma noite bem dormida.
Aprendemos o quanto faz falta o “colo da mamãe”. Aprendemos que depressão pode significar muitas coisas, menos frescura. Aprendemos que cerveja de mais dá dor de cabeça e nota ruim na prova. Aprendemos que os neurônios se regeneram.
Aprendemos que todo mundo tem problemas e que podemos dividi-los, assim fica mais fácil carregá-los. Aprendemos que por mais que tentemos fugir de algumas responsabilidades, elas ainda ficam lá, nos esperando criar coragem para assumí-las.
Aprendemos que a galera do fundão tinha boas idéias, mesmo quando conversavam alto e firme durante as aulas. Aprendemos que os grupos não se desfazem, apenas se modificam. Aprendemos o valor de respeitar cada um.
Aprendemos muita coisa e, entre elas, aprendemos que para compreender gente é preciso ser gente.
Percebemos, juntos, que não somos os tais. Não somos os melhores nem os mais populares. Não somos os mais invejados (nem pelo dinheiro). Percebemos que apenas somos e ser, para nós, já é muito. Aprendemos a valorizar.
Percebemos que os inconscientes se comunicam, mas não conseguimos isso para colar na prova. Aprendemos que os pais são os maiores culpados das maiores bobagens da nossa vida, inclusive do amor e do orgulho que sentimos por eles.
Aprendemos que palavras foram feitas para serem ditas e ouvidas, não para serem jogadas. E aprendemos que as palavras tem poder.
Aprendemos que também somos suscetíveis à loucura, alhzeimer, Parkinson, e tudo o mais. Assim como somos à gripe e à catapora. Mas talvez aceitemos melhor cada parte “louca” do nosso ser.
Aceitamos ouvir sem preconceito, ver sem escândalo, falar com sutileza. Aprendemos a não mentir e a não ferir com a verdade. Aprendemos a ser fiel aos nossos pacientes.
Aprendemos que por mais que atestarmos, ninguém vai acreditar que um bebê de um mês não sorri.
Aprendemos que conhecimento não se constrói num dia e experiência se constrói vivendo e sem viver não compreendemos.
Aprendemos que nossas lágrimas nos ensinaram a compreender a dor do outro e a mostrar que é possível se levantar, se você quiser.
Aprendemos a respeitar aqueles que decidiram não se levantar de novo. Mas sofremos.
Aprendemos a ser elo, a ser corrente, a brigar, a discutir, a contestar, a discordar. A rir, a surtar. Aprendemos a nos permitir e enganar o SUPEREGO (será?).
Aprendemos a ser psicólogos, cada um à sua maneira, cada um com um olhar, cada um com um jeito de salvar. Também salvamos vidas, e nos orgulhamos disso.
Suportamos cada supervisão de estágio. Suportamos cada enchente na Guilherme Ferreira. Suportamos choros, desânimos, frustração. Suportamos ver a dor do outro e senti-la, muitas vezes calados.
E compreendemos então para que estávamos estudando. Para sermos psicólogos e, fazendo minhas as palavras de Walmir Monteiro,
Ser psicólogo é uma imensa responsabilidade.
Não apenas isso, é também uma notável dádiva.
Recebemos o dom de usar a palavra, o olhar,
As nossas expressões e até mesmo o silêncio.
O dom de tirar lá de dentro o melhor que temos
para cuidar, fortalecer, compreender, aliviar.
Ser psicólogo é um ofício tremendamente sério.
Mas não apenas  isso, é também um grande privilégio.
Pois não há maior dom que o de tocar no que há de mais
precioso e sagrado em um ser humano: seu segredo,
seu medo, suas alegrias, prazeres e inquietações.
Somos psicólogos e trememos diante da constatação
de que temos instrumentos capazes de
favorecer o bem ou o mal, a construção ou a destruição.
Mas ao lado disso desfrutamos de uma inefável bênção
que é poder dar a alguém o toque, a chave que pode abrir portas
para a realização de seus mais caros e íntimos sonhos.
Quero, como psicólogo aprender a ouvir sem julgar,
ver sem me escandalizar, e sempre acreditar no bem.
Mesmo na contra-esperança, esperar.
E quando falar, ter consciência do peso da minha palavra,
do conselho, da minha sinalização.
Que as lágrimas que diante de mim rolarem,
pensamentos, declarações e esperanças testemunhadas,
sejam segredos que me acompanhem até o fim.
E que eu possa ao final ser agradecido pelo privilégio de
ter vivido para ajudar as pessoas a serem mais felizes.
O privilégio de tantas vezes ter sido único na vida de alguém que
não tinha com quem contar para dividir sua solidão,
sua angústia, seus desejos.
Alguém que sonhava ser mais feliz, e pôde comigo descobrir
que isso só começa quando a gente consegue
realmente se conhecer e se aceitar.”

Turma Psicologia 2011: somos psicólogos.

Para aquela doce turma de julho / 2011, que jamais deixará de existir.

04 junho 2011

Faz parte

As pessoas atiram mais pedras em uma árvore que tenha frutos que uma que não tenha. Claro, para tentar acertar os frutos.
E você, é uma árvore que tem frutos?

Palhavras de um sábio pai.